sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Basta de Violência 2

Repetindo um pouco o primeiro post deste blog, falarei de novo em violência e letargia.
Violencia, pois digam o que quiserem, é papel do governo controlar a policia e as leis.
Letargia, pois é papel do povo controlar o governo.
Se os politicos não fazem nada, é porque o povo ( Nós ) estamos quietos sem cobrar deles que o façam...
Enquanto o povo cala. Quem se interessa em controlar esta tomando conta da situação.

"Na ausência do Estado (e na desmoralização das instituições nacionais), cresce a força da organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), como seria de se esperar. Ela começa a ocupar espaço vital, no vácuo deixado pela desordem. Matéria assinada pelo jornalista Chico Siqueira, publicada domingo (17), no Estado de S. Paulo, revela que o PCC “faz cada vez mais o papel de Justiça e polícia em periferias de cidades paulistas”. Ali, é dito que existem até “tribunais paralelos” julgando “pequenas causas”. Os elementos que alimentam e fortalecem tal organismo são encontrados todos os dias no noticiário político do País. São gerados na roubalheira indiscriminada, na impunidade que se alastra de forma assustadora e no sentimento de insegurança que atemoriza cidadãs e cidadãos. Dois dias depois de noticiarem a ampliação da ação do PCC, os meios de comunicação divulgaram um outro acontecimento emblemático na ilustração de tal cenário. É preciso que se dê devida atenção para evitar surpresa desagradável. Rogério Buratti, ex-secretário de governo do então prefeito de Ribeirão Preto, Antônio Palocci Filho (PT-SP), retirou todas as acusações contra ele efetuadas, em 2005 (quando Palocci era ministro da Fazenda), em depoimentos prestados à CPI dos Bingos e a seis promotores de Justiça e um delegado de polícia graduado. Buratti havia sido favorecido num acordo de delação premiada (depois de ter sido preso), mas agora alega que assumiu o papel de acusador “sob coação”. Apesar do recuo, o esquema denunciado por Buratti, segundo o delegado seccional de Ribeirão Preto, Benedito Antônio Valencise, foi “fundamental” para entender as fraudes. A apuração está concentrada nas gestões de Palocci (hoje deputado federal), como prefeito de Ribeirão Preto. Na primeira delas (1993-97), o então prefeito teria recebido R$ 50 mil mensais, durante dois anos, da empresa Leão & Leão. Em 1999, Buratti assumiu a vice-presidência daquela empresa, a qual se tornou a maior financiadora da segunda campanha eleitoral vitoriosa de Palocci à mesma Prefeitura. Este renunciou ao mandato (2002), um ano e meses depois de tomar posse, para assumir a coordenação da campanha presidencial de Dom Luiz Inácio (PT). Aguarda-se, na seqüência, o desdobramento do caso nas providências legais que deverão ser tomadas diante da atitude de Buratti. Ele mentiu na primeira vez, ou está mentindo agora ao desdizer juramento anterior? Que palhaçada é essa, afinal? E a comprovação dos fatos denunciados, segundo o delegado Valencise? Num país sério, alguém teria de ser punido. Os homens públicos flagrados em casos escabrosos como esse, seriam afastados de forma definitiva da vida pública. Não teriam condições de assumir a gerência dos recursos financeiros da população. Um querido amigo recifense, dos tempos de universidade, costuma desenvolver teoria segundo a qual a presidência da República deverá ser ocupada, dentro de alguns anos, por figura similar à de Fernandinho Beira-Mar. Argumenta que, diante das frustrações no nosso sistema institucional, a população fatalmente irá apelar a organização capaz de estabelecer padrão de referência, por mais brutal que seja. O cansaço já é visível em face de tanta insegurança. Nossos “dirigentes” navegam ao largo da deterioração exibida. Mas os recentes acontecimentos levantam a ponta de iceberg que se enraíza em setores deliberadamente excluídos do quadro formal. A mudança a ser promovida exige verdadeira revolução. O problema é desalojar criminosos que se refestelam alegremente no Estado. Márcio Acciolyaccioly@tba.com.br "

Nenhum comentário: